Este artigo é um pouco técnico. Mas se você nunca ouviu falar de traffic shaping ou limitação do tráfego… esse pode ser o motivo por que seu game favorito, o YouTube ou a IPTV (Kodi, Stremio, Android Box) estão lentos.
O que é Traffic Shaping?
Você já usou uma rede na qual alguns aplicativos (conectados à Internet) estão mais lentos que os outros?
Isso é chamado Traffic Shaping, Limitação de Largura de Banda ou Packet Shaping. Um exemplo típico é o das empresas que reduzem (ou restringem por completo) a velocidade de programas de torrent*.
*Muitos usuários de torrent criptografam agora seus tráfegos, o que torna mais difícil a identificação desse tipo de programa e a aplicação de qualquer forma de política de tráfego a ele.
Isso é feito, em geral, para desencorajar os usuários da rede a usar esse tipo de aplicativo, ainda que seja apenas durante certas horas do dia, porque seu uso pode afetar o serviço fornecido aos demais usuários.
Em uma rede na qual todos os dispositivos estão próximos uns dos outros e na qual a largura da banda não é um problema (por exemplo, uma rede de área local), fatores como jitter e velocidade podem não ser tão determinantes. Nessas redes, você só precisa se certificar de que seus cabos (ou conexões sem fio) tenham capacidade suficiente para carregar todo o tráfego fluindo pela rede.
Os custos de montar uma rede assim são tipicamente pontuais e não tão altos.
No entanto, quando estamos diante de redes distantes entre si que precisam ou estar conectadas umas às outras (por exemplo, uma rede de longa distância) ou da conexão a uma rede pública como a Internet, precisamos prestar atenção a esses fatores de qualidade da rede.
Isso porque a infraestrutura necessária para se conectar a uma WAN privada ou a uma rede pública é dispendiosa, e você normalmente recebe o que você paga. Na maioria dos casos, os custos são também recorrentes já que você precisa passar por um provedor de serviços.
O que é Traffic Shaping? – trata-se da capacidade de modelar certa categoria de tráfego em uma forma particular, o que é geralmente feito pelo controle da velocidade do fluxo de tráfego. Isso significa que se o tráfego sujeito à modelagem chega a uma taxa mais baixa que a configurada, então não há problemas - ele será encaminhado normalmente.
Se, contudo, o tráfego chega mais rápido do que a taxa configurada, ele então será mantido em buffer e atrasado** até que possa ser liberado sem ultrapassar aquela taxa
** Essa é a diferença entre traffic policing e traffic shaping. No caso de excesso de fluxo de tráfego, o traffic policing descarta o excesso de pacotes, enquanto o traffic shaping atrasa-o, enviando-o mais tarde.
Por que você vai querer implementar o traffic shaping? Imagine que você está recebendo a conexão à Internet de um provedor que garantiu uma largura de banda de 2Mbps. Agora, suponhamos que a conexão física entre você e seu provedor ocorra por meio de um cabo FastEthernet, cuja velocidade teórica é de 100Mbps. Isso significa que, em tese, você poderia forçar 100Mbps pela conexão enquanto paga apenas por 2Mbps.
Então como o provedor evita isso? Geralmente, eles implementam uma forma de policiamento de tráfego (traffic policing) que descarta qualquer tráfego acima da taxa (2Mbps). Para garantir que você não está enviando mais tráfego do que o esperado pelo provedor, você pode implementar o traffic shaping no seu lado da conexão e certificar-se de que seu tráfego seja enviado a uma taxa média de 2Mbps, reduzindo assim as chances de que o provedor o descarte.
Qualidade de serviço e por que você precisa de traffic shaping (às vezes)
O traffic shaping busca normalizar os picos e estouros de tráfego para priorizar certos fluxos em detrimento de outros. Mas há uma limitação física à quantidade de dados que podem ser postos em buffer e à duração pela qual se pode fazer isso. Uma vez que esses limiares são ultrapassados, frames e pacotes serão descartados, e as sessões serão afetadas de outras formas.
Uma abordagem é priorizar certos fluxos de tráfego em detrimento de outros cuja potencial perda seja menos desvantajosa. Ao fazê-lo, você aceita certos sacrifícios quanto ao desempenho e estabilidade em tráfegos de menor prioridade para aumentar ou garantir desempenho e estabilidade naqueles de alta prioridade.
Se, por exemplo, você estiver aplicando limitações de largura de banda a certos fluxos, você tem de aceitar o fato de que essas sessões podem ser limitadas e, portanto, impactadas de forma negativa.
Com o QoS, o objetivo é garantir que programas importantes (segundo definição do usuário) obtenham o melhor serviço na rede, geralmente às custas de outros menos importantes. Por exemplo, já que transmissão de voz não funciona bem com atrasos***, todos os pacotes de voz que chegam à WAN devem ser enviados de forma prioritária, mesmo quando haja outros pacotes que tenham chegado antes
*** Uma vez que as chamadas de voz são instantâneas, a ocorrência de interrupções na transmissão de dados limita severamente a capacidade de se ter uma conversa clara.
Neutralidade da rede
Na quinta-feira, 14 de dezembro de 2017, a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) votou pela revogação das regras, conhecidas como Neutralidade da Rede, que regulavam os provedores de internet, isto é, as empresas responsáveis por nos conectar à internet.
O princípio por trás da Neutralidade da Rede é simples: ela requer que os provedores tratem todos os dados na internet da mesma forma. Discriminações quanto a usuário, tipo de tráfego, site, plataforma, aplicativo, dispositivo ou método de conexão não eram permitidos. Isso impedia os provedores de cobrar mais, bloquear ou reduzir a velocidade de acesso a sites e conteúdos online. Isso também significava que a banda larga era tratada como um serviço de utilidade pública, sendo regulada de modo similar ao fornecimento de água e energia.
Os defensores da neutralidade da rede argumentam de longa data que manter a internet um campo aberto é crucial para a inovação. Se os provedores de banda larga começarem a ter favoritismos, novas empresas e tecnologias talvez nunca tenham chance de crescer. Por exemplo, se os provedores de internet tivessem bloqueado ou limitado de forma severa o streaming de vídeos em meados dos anos 2000, nós talvez não teríamos a Netflix ou o YouTube hoje em dia. Outros defensores destacam ainda a importância da neutralidade da rede no tocante à liberdade de expressão: um punhado de grandes companhias de telecomunicação dominam o mercado de banda larga, o que lhes dá um poder enorme de suprimir determinados pontos de vista ou fazer com que apenas aqueles que conseguem pagar mais possam ter uma voz online.
O lucro não é a única razão por que alguém teria interesse em discriminar o tráfego na internet. Um motivo razoável é que, às vezes, para garantir uma boa qualidade de serviço, é melhor aos provedores priorizar, por exemplo, um protocolo VoIP sensível a latência do que um download pesado de um filme. Isso permite que você ainda possa usufruir de uma comunicação por voz de alta qualidade na internet, enquanto ao mesmo tempo consome toda a sua conexão para baixar um filme.
Em um nível mais amplo, a priorização de serviços de emergência é importante. A internet é uma parte essencial de nossa infraestrutura, e os sistemas críticos necessários ao nosso cotidiano residem na world wide web. Você não quer ter redes bancárias fora do ar só porque o mais novo episódio de uma série da HBO acabou de sair.
Como isso me afeta?
Podemos dizer que a maioria das redes críticas na atualidade possui a largura de banda necessária para operar de forma satisfatória.
Segundo nossos relatórios: Os gamers e os usuários de torrent, IPTV e serviços de streaming são os mais afetados pela limitação de tráfego ou traffic shaping.
Durante períodos de tráfego intenso (como quando há uma partida importante de futebol, ou à noite, quando todo mundo está fazendo streaming na Netflix), você pode experimentar uma redução na velocidade. Isso pode variar dependendo do serviço que você está usando ou do que seja priorizado pelo seu provedor de internet. Talvez você esteja, por exemplo, usando um serviço alternativo, que está em competição direta com o seu provedor. Neste caso, seu tráfego pode experimentar uma redução na velocidade de modo que o canal preferencial não seja afetado.
Como burlar o traffic shaping usando uma VPN
Existem algumas maneiras de aumentar a sua velocidade de conexão:
Adquirir uma conexão mais rápida
Limitar a quantia de dispositivos simultâneos na sua própria rede
Criptografar a sua conexão
É do número 3 que vamos tratar aqui. Como vimos acima, os pacotes de dados são marcados com “etiquetas” de forma que a rede possa determinar seu tipo e sua importância. Alguns pacotes são priorizados, enquanto outros são penalizados. Um modo de evitar esse julgamento é criptografar e encaminhar seus dados por meio de um servidor VPN.
Para saber como instalar e configurar uma VPN em sua IPTV, leia nosso guia detalhado.
Uma Rede Privada Virtual (VPN) cria um túnel entre você e o servidor usado. Seu provedor (ou qualquer outra pessoa que seja) não poderá ler o que está dentro do túnel, impossibilitando, assim, a criação de uma “etiqueta” precisa. No que isso resulta? É como sair de um engarrafamento e cair numa rodovia vazia (ou com menos trânsito).
Saiba, contudo, que nem todas as VPNs são iguais. Os provedores de serviços e os sites são espertos nesse jogo e monitoram ou bloqueiam endereços IP de servidores VPN. Serviços gratuitos ou extremamente baratos não possuem os recursos necessários para ficar constantemente mudando seus servidores. Escolher uma VPN de alta qualidade é como pagar por um túnel mais privativo. Como todos sabemos, serviços gratuitos ou baratos geralmente são lotados e não vêm com a melhor qualidade. Exclusividade de fato tem custo.
Aqui está uma lista de algumas VPNs que usamos para otimizar nossas conexões de rede. Estamos sempre testando-as em diferentes cenários, em nível global. Nossas últimas escolhas dos melhores serviços para evitar traffic shaping e limitação de largura de banda são:
Ótimo para
Netflix, IPTV, Amazon Prime Video, Disney+, Hulu, BBC iPlayer, Apple TV, Torrent, Kodi, Tor, YouTube







Prós
- Até 5 conexões simultâneas
- Servidores: 3000+ | Países: 94+
- Lightway: Novo protocolo VPN
- Túnel dividido: Proteja o tráfego que você escolher, sem perder o acesso a dispositivos de rede local
- TrustedServer: Todos os dados são removidos a cada reinicialização, já que os servidores de VPN usam somente memória RAM
- Política de registro zero
- Suporte ao cliente 24h/dia em chat ao vivo
- Transferência ilimitada de dados
Contras
- Como um produto premium, ele possui um preço premium
Ótimo para
Netflix, IPTV, Amazon Prime Video, Disney+, Hulu, BBC iPlayer, Apple TV, Torrent, Kodi, Tor, YouTube







Prós
- Aceita Boleto
- Até 6 conexões simultâneas
- Servidores: 5557+ | Países: 60+
- Política de registro zero
- Criptografia dupla
- Transferência ilimitada de dados
Contras
- Aplicativos NÃO estão disponíveis em Português, apenas em inglês
- O suporte por email pode ser lento
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