A Orchid busca oferecer uma solução aos usuários que procuram privacidade na forma de uma VPN que promete ser mais segura do que as tradicionais e centralizadas. Seu sistema é descentralizado e baseado na tecnologia de internet Web 3.0, utilizando nanopagamentos com base em criptomoedas em vez de assinaturas fixas.
Embora as explicações de como o sistema da Orchid funciona pareçam complexas, a prática é muito mais simples. Por isso, basta tentar entender uma única vez a razão de ela ser considerada uma alternativa de conexão VPN segura, e depois apenas acostumar-se em ativá-la com um clique.
O que é a VPN descentralizada Orchid?
A Orchid é um cliente VPN que funciona com um token ERC-20, o OXT, necessário para pagar pelo tráfego utilizado. Em vez de ter sido criada uma criptomoeda com um sistema próprio, o que seria muito mais complexo, esse token OXT foi baseado na Ethereum. A Ethereum, por sua vez, é uma plataforma especificamente desenhada para executar aplicações do tipo descentralizado, por meio da tecnologia de blockchain.
Sempre que precisar navegar com a proteção da Orchid, o usuário pode adquirir OXT, sem estar preso a uma assinatura. Em troca do OXT, o usuário recebe largura de banda proveniente de diversos serviços, tornando seu rastreio impossível.
Dentro do seu sistema, a Orchid permite que os provedores recorram ao staking para que os seus serviços sejam utilizados. Isso não só mantém o sistema em funcionamento, como faz com que os interessados em oferecer os seus serviços participem ativa e financeiramente. Os provedores com o maior stake são escolhidos de forma automática, em um processo que também barateia o custo em moedas para os usuários.
O que é um token ERC-20?
O OXT ser um token ERC-20 (Ethereum Request for Comments-20) significa que ele se trata de uma "moeda" que foi criada na blockchain da Ethereum. O número diz respeito ao tamanho em bytes. Nesse caso, é uma chave da blockchain da criptomoeda Ethereum com um tamanho de 20 bytes.
Qual é a diferença entre VPN descentralizada e centralizada?
Um provedor de serviço VPN centralizado possui servidores próprios, sobre os quais ele tem total controle. Por isso, quando um usuário opta por instalar VPN do tipo centralizada, está confiando em uma única entidade.
Já no caso de uma VPN descentralizada como a Orchid, toda a largura de banda não vem de um único provedor. Trata-se de uma rede com um pool de provedores diferentes, impedindo que qualquer um deles tenha ciência do que está sendo realizado pelo usuário.
Portanto, embora a aquisição de uma VPN de qualidade ofereça muita segurança - especialmente se comparada a uma VPN grátis - a privacidade é maior com uma do tipo descentralizada.
Como usar a Orchid?
A Orchid já oferece seu pool de servidores VPN a dispositivos iOS, Android, macOS e Linux. Basicamente, há três maneiras pelas quais se pode começar a utilizar o serviço:
A compra de uma conta pré-paga com OXT (iOS).
Criação de uma nova conta e depósito de OXT.
Compartilhamento de uma conta existente.
A criação de uma conta na Orchid envolve já possuir uma carteira de criptomoedas, que poderá receber aquelas compradas com uma corretora. Assim, o primeiro passo está na aquisição da ETH e OXT. A primeira é utilizada para pagar as transações, enquanto OXT é a moeda de troca pelo uso de banda.
Como comprar Ethereum e OXT para a VPN?
As criptomoedas como a Ethereum e o token OXT podem ser adquiridas por meio de corretoras. Alguns bons exemplos são a Coinbase e a Bittrex. O processo de envio de dinheiro para sua aquisição envolve métodos de pagamento bastante práticos. Entre as opções da carteira, basta selecionar as criptomoedas necessárias e comprá-las.
Em seguida, as moedas devem ser enviadas diretamente para uma carteira. A Orchid recomenda a Metamask, embora Trust Wallet e Coinbase Wallet também sejam compatíveis. Segundo estimativas do próprio serviço, um exemplo de transação envolveria:
38 OXT para cobrir cerca de 38 GB de largura de banda.
$2 em ETH para cobrir de 2 a 3 transações.
Criando uma conta na Orchid [Com Metamask]
No navegador, é preciso acessar a URL account.orchid.com. Depois, o usuário pode se orientar pelos passos a seguir:
Clicar em “Create Account”.
Caso a carteira selecionada seja Metamask, o usuário poderá transferir em seguida a quantia que desejar diretamente dela. Basta ter a extensão da carteira no navegador. Senão, digita-se a quantia desejada em “Enter custom amount.”
Concorda-se com uma taxa, geralmente pequena e que varia conforme o tempo de processamento escolhido.
Feita a transação, o usuário recebe o QR Code e a chave da conta.
Uma vez criada a conta, é possível tanto depositar quanto sacar OXT. Assim como ocorre com as criptomoedas, é crucial guardar bem quaisquer chaves recebidas em segurança. Uma boa dica é utilizar o serviço de gerenciamento de senhas 1Password.
Como enfim começar a usar a Orchid?
Após realizar todos os procedimentos anteriores, basta adquirir a versão oficial da Orchid para o dispositivo desejado. Em “Custom Setup”, no aplicativo, o usuário deve acessar “Link Orchid Account” e utilizar a chave adquirida no procedimento do tópico anterior.
Finalizando essa parte, a conexão é o passo mais intuitivo, bastando apertar em “Connect”. A partir desse momento, toda a conexão está protegida pela VPN descentralizada Orchid.
Quais são os benefícios e vantagens da Orchid?
O fato de a Orchid ser descentralizada adiciona uma camada extra de privacidade a um serviço que se busca muitas vezes pela segurança. Sua base em blockchain permite essa descentralização, separando as conexões em uma rede ponto a ponto, com cada servidor sendo um nó (ou Node).
A própria natureza em blockchain permitiu outra vantagem à Orchid, que funciona à base do já mencionado token OXT. O usuário paga somente pelo que usa, abastecendo seus créditos nessa criptomoeda. As demais VPNs costumam cobrar uma mensalidade, mesmo que o uso seja menor, e as versões gratuitas dispensam comentários.
É melhor que o navegador Tor com uma VPN?
Muitos usuários optam pelo uso conjunto do navegador Tor com uma VPN para aumentar a sua privacidade. No entanto, essa prática pode comprometer a velocidade pela própria natureza do Tor, o que é um ponto para a Orchid.
Além disso, o Tor é um navegador e o propósito da maior privacidade é eliminado para streaming, jogos e demais usos distintos. Portanto, vê-se uma clara vantagem para a Orchid, que oferece maior privacidade sem esses pontos negativos.
Quais são as desvantagens dessa VPN descentralizada?
A própria Orchid divulga suas limitações, sendo a primeira e mais importante delas ligada à sua dependência da Ethereum. Por ser um contrato que funciona dentro da própria rede da ETH, um ataque ou efeito negativo de qualquer natureza afetaria a Orchid.
Embora não seja exatamente uma desvantagem, é preciso considerar a variabilidade da conexão de internet. Pelo tráfego ser compartilhado em uma conexão ponto a ponto, a qualidade de conexão de um usuário não será idêntica à de outro. Mesmo assim, nada que se compare à lentidão pelo uso do Tor.
Outra desvantagem diz respeito à escalabilidade do serviço. Contratos que rodam com base em Ethereum estão limitados por sua taxa de transferência máxima de cerca de doze transações por segundo. De acordo com estimativas da Orchid, seu número de usuários pode ser limitado após alguns poucos milhões. Esse problema poderá ser contornado pela Ethereum 2.0.
No próprio whitepaper da companhia, a Orchid informa que os nanopagamentos são pseudoanônimos. Ocasionalmente, alguma informação pode ser vazada, o que pode ser impedido caso anonimizem suas moedas antes de enviá-las.
Por último, a dependência da Ethereum possui outro obstáculo: a facilidade com que os IPs dos nós (nodes) da Orchid podem ser bloqueados. A censura aos acessos via VPN costuma ocorrer em países controladores, como a China, e não é uma possibilidade descartada.
O que absorver de tudo isso?
A introdução ao que é e como funciona a Orchid é essencial por não se tratar do mesmo sistema utilizados pelas VPNs populares. Embora possa parecer complexo, o processo de uso em si não é complicado. Na verdade, após a criação das contas necessárias, tudo se resume no clicar de alguns botões toda vez que utilizar a Orchid em seu dispositivo.
Depois de toda essa informação, uma segunda e última revisão dos principais pontos pode ajudar a fixá-la melhor:
A Orchid é uma VPN descentralizada que funciona mediante o pagamento de criptomoedas específicas (o token OXT).
Toda a conexão é baseada em Peer to Peer (P2P ou conexão ponto a ponto).
Além dos próprios usuários, os provedores também contribuem por meio de staking, para que sejam eles a fornecer a conexão.
As criptomoedas específicas da Orchid são baseadas na popular Ethereum.
Em vez de uma mensalidade, paga-se em OXT pelo uso da VPN.
Comparada ao uso de uma VPN com Tor, a Orchid oferece maior velocidade e alternativas de utilização com privacidade.
Sua base em Ethereum leva a desvantagens como a dependência de sua estabilidade, limitações e possibilidade de bloqueio.
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