Os 10 países que mais censuram a internet (e quais VPNs podem ajudar)

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A Internet é onde podemos nos expor a uma troca sem fim de informações. Notícias, artigos, cursos – o conteúdo é praticamente ilimitado. No entanto, em alguns lugares, o acesso a essas informações não é tão irrestrito assim.

A prática da censura à internet (ou “cibercensura”) costuma ser empregada por governos que buscam limitar o acesso de seus cidadãos a informações que não sejam do seu agrado.

Para esse fim, são empregadas inúmeras táticas: controle dos provedores de Internet; monitoramento da navegação dos usuários; restrição a páginas com conteúdo crítico; até mesmo, em casos mais extremos, corte total do acesso.   

Aqui, vamos listar os 10 países onde mais se censura a internet. E, caso você venha a visitá-los, qual a melhor forma de driblar os censores.

10. Cuba

A pequena ilha caribenha, famosa pelas suas praias paradisíacas, também conta com alguns dos casos mais conhecidos de censura da Internet no continente americano.

O país comunista conta com um único provedor de Internet, a ETECSA, uma empresa estatal que recebe ordens frequentes para bloquear o acesso a conteúdos considerados indesejáveis pelo governo.

Apesar de a censura ainda ser prática frequente, o país dificilmente é o mais restritivo. Redes sociais, como Facebook e WhatsApp, podem ser acessadas, e até mesmo a polêmica rede Tor é permitida na ilha.

O governo cubano também deu passos em anos recentes para ampliar o acesso da população à rede, com a liberação de roteadores Wi-Fi privados e a chegada de redes móveis 3G no país.

9. Etiópia

A Etiópia se tornou famosa mundo afora com a sua resistência à colonização europeia e por ter inspirado a religião Rastafari, conhecida mundialmente graças ao cantor jamaicano Bob Marley.

Apesar de ser um dos países que mais cresce na África, a Etiópia tem uma das mais baixas taxas de alcance da Internet no mundo, com apenas 1,5% da população com acesso.  

Desde 2009, as atividades virtuais dos etíopes são controladas por meio de uma legislação antiterrorista, a qual é utilizada para restringir a comunicação e a divulgação de atividades entre grupos opositores ao governo.

Todavia, passos importantes foram dados para afrouxar a repressão virtual em anos recentes. Em 2019, mais de 13 mil opositores condenados pela lei antiterrorismo receberam uma anistia, sinalizando uma maior abertura no país à liberdade virtual.

8. Mianmar

Conhecido anteriormente como Birmânia, o país do sul asiático é mais conhecido pela sua ditadura militar e as diversas violações aos direitos humanos.

Portanto, não é de se surpreender que o regime autoritário do país seja menos que receptivo a críticas virtuais.

Páginas que criticam as autoridades ou expõem os abusos cometidos são prontamente retiradas do ar. Todo tipo de comunicação virtual, de e-mails a redes sociais, é monitorado e filtrado pelo governo.

O país conta com uma legislação vaga e abrangente, a qual permite a prisão de quaisquer pessoas acusadas de criticar o governo e as forças armadas.

Além de manter um monitoramento constante, as autoridades locais também baniram VPNs e outras ferramentas de evasão, fechando ainda mais o cerco. 

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7. Síria

O país do Oriente Médio sofre, desde 2011, com uma destrutiva guerra civil. Nesse cenário de instabilidade, a Internet foi uma das primeiras baixas colaterais.

As atividades dos usuários são frequentemente monitoradas, com portais críticos ao governo tendo seu acesso restrito, com jornalistas, blogueiros e outros criadores de conteúdo sofrendo perseguição. 

Além da censura constante, o corte total da conexão é usado como uma arma de guerra. A tática já foi empregada dezenas de vezes durante os últimos 9 anos de guerra civil.

6. Vietnã 

Os governantes do país do sudeste asiático não vêm poupando esforços para controlar o conteúdo online ao qual a sua população tem acesso.

A censura a blogs e redes sociais é frequente, além das severas punições a provedores e criadores de conteúdo que forem pegos disseminando informações críticas ao governo.

A partir de janeiro de 2019, uma nova Lei de Cibersegurança passou a vigorar no país, dando às autoridades permissão para censurar qualquer conteúdo que considerem “perigoso”, inclusive bloqueando o acesso a páginas. 

5. Arábia Saudita

A censura empreendida pelo governo da Arábia Saudita tem um forte teor religioso, além da já esperada censura política.

Todo o tráfego da rede é roteado por um único ponto de acesso, sob controle direto das autoridades. Entre conteúdos pornográficos, críticas políticas e programas de conversão religiosa, um sem número de endereços já tem o seu acesso bloqueado. 

Em 2017, o governo saudita aceitou aliviar um pouco as restrições a aplicativos de comunicação, como o WhatsApp e o Skype. No entanto, também admitiu que ainda irá monitorar e censurar o conteúdo das conversas.

Pensando em ir para a região? Não deixe de conferir nossas recomendações das melhores VPNs para o Oriente Médio.

4. Irã 

Tomando o constante fluxo de notícias que saem sobre o país, poderia se esperar que o Irã fosse mais aberto à livre circulação de informações. Não é o caso.

O país conta com algumas das medidas mais restritivas de acesso à Internet. Além do já comum bloqueio de páginas pertencentes a opositores, redes sociais, como Facebook, Twitter, Youtube e WhatsApp, também têm seu acesso bloqueado na República Islâmica.

O governo também conta com um Conselho Supremo de Segurança Cibernética, dedicado a implementar a dura política de censura da Internet no país.

3. China

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O controle cibernético imposto pelo governo chinês é tão conhecido que até recebeu um apelido: o “Grande Firewall da China”.

O Grande Firewall impede o acesso a algumas das páginas mais acessadas da web, como o Google, o Facebook e o Twitter. Em seu lugar, predominam os seus rivais chineses, como o Baidu e o Weibo

Além de limitar o acesso a certos endereços, também há um forte monitoramento das atividades dos usuários.
Como prevê-se que o distante país asiático logo mais se tornará o principal destino turístico do mundo, é uma boa pedida pegar umas dicas de como se preparar. Se for o seu caso, dê uma olhada na nossa análise das melhores VPNs para usar na China.

2. Eritreia

Talvez você não tenha ouvido falar da Eritreia e não é por acaso: o país é governado por uma das ditaduras mais isoladas do mundo.

O regime exerce total controle sobre todas as formas de mídia, inclusive a Internet. O resultado é que a única maneira de conseguir se conectar no país é por meio de um provedor público, que é de péssima qualidade e fortemente censurado.

Por essa razão, a Eritreia é um dos países com o menor número de conectados no planeta: apenas 1% da população do país tem acesso à Internet.

Quando se trata de restringir o acesso dos seus cidadãos à rede mundial de computadores, o país africano só costuma perder para o número 1 da nossa lista... 

1. Coreia do Norte

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Como um dos regimes mais fechados do mundo, não é de se surpreender que a Coreia do Norte também apresenta uma das censuras mais rígidas à Internet.

Entre a população norte-coreana, uma pequena minoria é autorizada a acessar o Kwangmyong (em coreano, “Brilhante” ou “Luz”), uma rede de intranet gratuita administrada – e fortemente monitorada – pelo governo comunista.

Uma parcela menor ainda – a qual representa as “elites” do país, entre autoridades e seus familiares – é a única a ter acesso à rede mundial de computadores. Esse fato torna a Coreia do Norte o país com o menor número de usuários da web do planeta.

O controle governamental ao acesso é tão restrito que a vasta maioria da população norte-coreana sequer sabe da existência da Internet. Afinal, não é possível criticar o governo online se você sequer sabe que a Internet existe.   

 

Como contornar a censura da Internet?

Grande parte das técnicas de censura que expomos até aqui costumam se restringir a alguns mecanismos comuns: rastreamento de endereços IP das páginas; bloqueio de domínios específicos; rastreamento de palavras-chaves censuradas; entre outros.

Na maioria dos casos, conectar-se por meio de um servidor intermediário, localizado em algum outro país, é o método mais seguro de perpassar os filtros locais instalados, a chamada “evasão de censura”.

Graças à criptografia das solicitações e o emprego de relays, a rede Tor é uma boa pedida para quem quer evadir a censura. No entanto, em alguns países, acessar a Internet pela Tor pode chamar ainda mais a atenção das autoridades e, no caso da China, seu acesso é bloqueado.

Uma outra alternativa é utilizar uma VPN. Contudo, para se certificar de que um provedor de VPN é seguro, é preciso se atentar a alguns pontos:

  • A provedora de VPN não mantém registros dos seus usuários (política “no-logs”);

  • Os censores não têm acesso aos dados de tráfego das VPNs;

  • A utilização das VPNs não é monitorada.

Por isso, caso vá viajar para um país que pratica a censura à Internet, prepare-se. Um bom começo seria ler o nosso guia sobre as melhores VPNs para viajantes, nômades virtuais e jornalistas.

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